terça-feira, 3 de agosto de 2010

DEIXAR DE SER MIM (Poesia)

Saberei a incógnita que atinge meu coração?
Uma flecha não só fere a alma,
Como a psique rasga.
O pendão que defendia já não irradia
Esperança aos cativos amigos
De batalhas ideológicas.


Vou me sociar ao sócio-econômico
Para não desmaiar no mar petrificado
Vou esquecer minha verdade e entrar na castidade
Da perdição mundana.
Vou sim, provocar um caso de amor
Com o meu “benfeitor”.


Casos de amor rendem secretarias e regalias
Basta despir-me um pouquim
E deixar de ser mim.
Deixarei o natural pelo virtual
E mergulharei numa ilícita riqueza
Sinônimo de diferente “esperteza”.


No jogo do poder basta prevalecer
Ser o que quer ser
E acorrentar numa fina linha
Guiada por cegos e incrédulos.
Valerá-me mais o ceticismo ou o idiotismo?
Crer na consciência ou na maledicência?


Erivan Coqueiro Sousa

Um comentário:

  1. Linda poesia, fonte de pura inspiração e conhecimento.
    Continue com todo esse talento inato advindo do soberano Criador.
    Beijos.

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